terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Voar


Não, não tenha medo... Aquilo que te assusta também te provoca arrepios. Apesar de você não saber aonde isso pode dar, lembre-se que, na verdade, você não sabe nem como tudo começou. Frio na barriga, medo de avião. Lá do alto vemos tudo o que acontece. São as nuvens nas quais apoiamos os pés que nos fazem não sentir nada. E ao mesmo tempo, fazem explodir uma profusão de sensações até então desconhecidas. Você me é o oculto. É tudo aquilo que estou prestes a descobrir ao piscar os olhos e perceber que não há nada a temer.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

tic tac


quando eu penso que ainda é cedo, o sol teima em me mostrar que cai a noite e que um outro dia já vai começar. mais uma vez. vai começar tudo de novo: o despertar, o calar, o sorrir, o pensar, o sonhar, o planejar, o acontecer e o deixar de acontecer. quando o tempo não me é claro, quando ele insiste em se esconder atrás de mim como quem diz silenciosamente no meu ouvido "será". ao lado do peso da dúvida, eu tenho a imensa leveza de você. eu não sei, realmente não sei... mas ultimamente ando tão cansado do saber... do medir, do contar, do lembrar e do apontar cada falha, cada momento em que se perdeu um pouco daquilo que era eu. eu mudo a cada hora. a cada pequeno minuto, a cada piscar de olhos tudo muda perante a nós.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

paused in the cosmic reflection


enquanto o tempo corria como quem corre para apanhar o trem, eu não via. meus olhos fechados, semicerrados para a realidade que me acometia a cada segundo uma nova informação. intenso fluxo de acontecimentos. isso pode ser considerado uma causa de cegueira? lembro que um dia uma amiga me disse que as coisas aconteciam de uma maneira tão abrupta que ela não conseguia processar informações da maneira mais adequada... e tudo ia apenas acontecendo. talvez se ela não tivesse me dito isso numa noite em que eu não esperava ouvir tamanha verdade, eu não conseguiria enxergar tudo aquilo que meus olhos insistiam em não ver. a cidade mudava, a rotina dela também. e eu a cada dia me perdia mais em cada rua, em cada encontro e em todos aqueles desencontros. foi um tempo no qual eu não conseguia discernir coisas tão opostas. foi um tempo no qual eu achava que a cada dia eu perdia alguma coisa que eu tinha ontem. foi um tempo... ele se foi.

ai hoje eu decidi escrever.
e que bom que eu fiz isso.