segunda-feira, 29 de junho de 2009

primeiro olhar no espelho



hoje eu quero poder acordar tranquilo sem sentir aquele peso no peito me torturando sem cessar. quero poder fazer o que eu não havia programado e também aquilo que eu nunca pensei em fazer. voar, atravessar paredes, dizer palavras que nunca digo e quem sabe te ligar. quero poder fazer tudo isso sem precisar dizer o porquê. agir por motivos me cansa... isso pode significar irresponsabilidade ou até memso uma falta de bom senso. mas é apenas um casaço da realidade a minha volta. sabe quando você cansa das coisas? isso acontece sempre comigo... socialmente falando, pode soar até feio... ser imprevisível e efêmero assusta a quem está em busca de valores sólidos. não é bem por ai... tudo bem que aqui sou eu falando por mim mesmo e pelas minhas atitudes às vezes mal interpretadas, mas é a mais pura verdade. se um dia eu não for mais o mesmo que eu já fui, é porque cansei. mudar pra mim não é problema. mas sim, solução. quem tem medo de mudança que nem nasça. porque viver é sempre esse mistério novo a cada dia, a cada ciclo, a cada morte e renascimento diário dos nossos mais íntimos pensamentos e pesares. viver nada mais é do que saber a hora certa de nascer após uma morte parcial e mais nociva que qualquer outra que você possa vir a sentir. porque essa morte não é física... então você continuará vivendo depois que ela passar, porque ela passa, tenha certeza que ela passa. e quando ela passar, quando o processo de mudança passar, quando você for efêmero e da noite pro dia (porque isso acontece da noite pro dia, só não sei a conta exata dessas noites e dias) acordar sem essa angústia mortal no peito, você mudou. e nasceu. para que uma nova vida recomece a partir do que você é agora.
tem que ser esperto para captar as chances de vida em meio a tantas mortes diárias.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

blue monday


fez-se sombra no momento em que aconteceu. era noite e fez-se sombra como num meio dia dos mais quentes já registrados pela meteorologia. foram no máximo cinco minutos , ou vinte palavras trocadas. alguns silêncios intercalados, o bastante para me deixar discrente que poderia ter sido um bom encontro. foi estranho... apesar do toque na mão, da troca de olhares agora mais frequente do que na época em que eu te conheci. foi estranho te ver rapidamente e tentar roubar-te alguns rápidos beijos, pautados pela sua timidez que me encanta. eu queria ter tido mais... mais cinco minutos com você, mais vinte palavras pra você, mais alguns silêncios seus e beijos roubados meus. eu acho que não seria muito querer um pouco mais do que tive hoje, quando o que realmente quero ainda não me pôde ser dado. eu entendo... já te disse que entendo. mas não me peça para parar de sentir. seria como se eu simplesmente arrancasse uma semente de algo que ainda não germinou. mesmo que ela morra soterrada e com falta de água, não acho justo eu simplesmente me castrar assim tão breve. logo eu, que sempre digo aos outros pra acreditarem, pra fazerem o que sentem, pra não darem tanto ouvido assim à maldita razão... logo eu preciso agora parar tudo e ouvir a minha dizendo que eu estou equivocado.

alguém me diz o porquê do ser humano ser tão humano?

domingo, 21 de junho de 2009

vertigem

horas de muita loucura, momentos de intensos prazeres. não, eu não estou falando de mim, eu falo apenas do que vivo. apenas do que acho que eu sei e posso falar a respeito. não me meto a falar daquilo que não me cabe. só sei que foram horas de muita loucura. o riso solto, o passo leve, a vista turva, o frio quente. alguém está com calor? eu tenho na risada uma resposta pra minha própria pergunta. é assim. a gente pergunta aquilo que, na maioria das vezes, já possui uma resposta bem possível. e como toda e qualquer resposta ele pode estar certa ou errada, completa ou incompleta, plausível ou não... não, eu não estou ficando louco. eu disse que foram horas de muita loucura, em momento nenhum me referi ao meu estado mental, que pode ser considerado por alguns não muito saudável, mas pelo qual eu não trocaria nada! os momentos que eram loucos. o ar que eu respirava que era louco. o copo do qual bebia é que estava completamente louco. era um pouco de loucura espalhado em cada pedaço de realidade que compunha a cena. era uma loucura enebriante, quase sedutora. faltou pouco pra não me deixar render. era mais forte... eu sempre me sinto fraco quando o assunto é loucura. nunca consigo ser forte o suficiente para ser o que eles chamam de normal. isso é ruim? talvez, sim... mas prefiro acreditar na loucura. ser normal me cansa...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

vício


foi quando eu percebi que a vontade irá sempre existir. e que precisa existir, em contra partida, uma determinada consciência de que eu tenho controle sobre as minhas atitudes. muitas vezes eu te quero mesmo sem entender bem o porquê daquilo, portanto, chega uma hora, em que eu não páro mais nem pra me questionar: como assim? será mesmo necessário? será que não consigo ficar sem você? o que eu posso fazer agora que penso em não te querer mais? é muita dúvida e ao mesmo tempo uma certeza quase que inata, quase que inconsciente de que eu, por algum motivo, mesmo sem saber exatamente o qual, eu preciso de você. provoca uma ansiedade que me vem junto com um suor nas mãos, um calafrio musical e um pensamento incessante. um pensamento que é você, que é você por inteiro. percebo que você me é todo pensamento. e isso parece matar. mas não mata. você não mata.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

house of cards



pois tem dias que a gente é da gente
que pensa na gente o tempo todo
tem dias que a gente nem pensa
e dias que pensam na gente.

tem muita gente aqui, ali, em qualquer lugar
tem gente dentro de mim e de você também.

se não houvesse a gente
o que seria de nós, não é mesmo?!